ATA DA DÉCIMA SEGUNDA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 22-7-2009.
Aos vinte e dois dias do mês de julho do ano de dois
mil e nove, reuniu-se, no Plenário Ana Terra do Palácio Aloísio Filho, a
Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e
quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos
Vereadores Adeli Sell, Dr. Raul, João Carlos Nedel, João Pancinha, Nelcir
Tessaro, Pedro Ruas, Sebastião Melo e Toni Proença, Titulares, e João Antonio
Dib, Não Titular. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os
Vereadores Airto Ferronato, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Luiz
Braz, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol e Waldir Canal, Titulares, o Vereador Dr.
Thiago Duarte e a Vereadora Fernanda Melchionna, Não Titulares. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 008/09, do Vereador Roberto Araújo,
Presidente da Câmara Municipal de Estância Turística de Avaré – SP –, e 184/09,
do Vereador Antonio Rezende, Presidente da Câmara Municipal de Sapiranga – RS.
Durante a Reunião, deixaram de ser votadas as Atas da Décima e Décima Primeira
Reuniões Ordinárias. Na oportunidade, foi apregoado Comunicado de autoria do
Vereador Mauro Pinheiro, 2º Vice-Líder da Bancada do PT, informando que Sua
Excelência substituirá a Vereadora Maria Celeste na titularidade da Comissão
Representativa, nos dias de hoje e amanhã, nos termos do artigo 83, parágrafo
único, do Regimento. A seguir, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se acerca
da ordem dos trabalhos da presente Reunião. Em continuidade, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pelo Vereador Adeli Sell, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto
Legislativo nº 003/09 (Processo nº 3238/09). Em prosseguimento, o Senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. A seguir, em face de manifestação
do Vereador Waldir Canal e Questão de Ordem formulada pelo Vereador Pedro Ruas,
o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem de pronunciamento
dos Senhores Vereadores no período de Comunicações. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se os Vereadores Nelcir Tessaro, Luiz Braz e Waldir Canal. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou o transcurso, no dia de hoje, do
primeiro aniversário da Rádio Câmara. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
os Vereadores Mauro Pinheiro e Airto Ferronato. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se
o Vereador Carlos Todeschini. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador
Luiz Braz. Em continuidade, os Vereadores Airto Ferronato e Luiz Braz
manifestaram-se acerca do teor do pronunciamento do Vereador Luiz Braz em
Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Engenheiro
Comassetto, Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Toni Proença, Pedro Ruas, João Antonio
Dib, Fernanda Melchionna e Mauro Pinheiro. Na oportunidade, o Senhor Presidente
registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Carlos Alberto Garcia,
Secretário Municipal do Meio Ambiente, e do Senhor Cláudio Gandolfi,
ex-Secretário Municipal de Captação de Recursos e Investimentos. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o Vereador Engenheiro Comassetto. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Reginaldo Pujol e Pedro
Ruas. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste
Plenário, da Senhora Giovana Rigo, Diretora da Escola do Legislativo Julieta
Battistioli, e convidou todos para o Seminário Terceirização no Serviço
Público, promovido por essa Escola, a ser realizado nos dias doze, dezoito e
vinte e sete de agosto do corrente, às dezenove horas, no Plenário Otávio
Rocha. Também, o Vereador Toni Proença manifestou-se, sugerindo que na Reunião
Ordinária do dia de amanhã seja realizada homenagem ao Vereador João Antonio
Dib pelo transcurso, no dia vinte e quatro de julho do corrente, do octogésimo
aniversário desse Vereador. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Dr.
Thiago Duarte. Às onze horas e quarenta e quatro minutos, nada mais havendo a
tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Adeli Sell, Toni Proença e Nelcir
Tessaro e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir
Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa
Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será
assinada pela maioria dos seus integrantes.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, eu estou recebendo o Senador Pedro Simon lá na presidência; vou
voltar para lá, mas estou atento, porque temos que votar a licença do
Vice-Prefeito e precisamos de dez Vereadores. Então, temos que fazer um apelo
às Bancadas.
O SR. 1º SECRETÁRIO (Nelcir Tessaro): Ver. Sebastião
Melo, temos mais dois Vereadores. Temos quórum para a votação.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Podemos fazer
a votação agora, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu solicito a
inversão dos trabalhos, para entrarmos na Ordem do Dia. (Após a verificação de
quórum.) Há onze Vereadores presentes. Então temos quórum para a Ordem do Dia.
Passamos à
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3238/09 – PROJETO DE DECRETO
LEGISLATIVO Nº 003/09, de
autoria da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Vice-Prefeito Municipal a ausentar-se do Município
e do País, de 26 de julho até 02 de agosto de 2009, para viajar à África do
Sul.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. João Pancinha: pela aprovação do
Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o
PDL nº 003/09, que autoriza o Vice-Prefeito Municipal a se ausentar do
Município e do País, de 26 de julho a 02 de agosto de 2009, para viajar à
África do Sul. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Passamos às
O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Comunicações.
O SR. WALDIR CANAL: Presidente, eu
gostaria de falar por último.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Sem problemas.
O Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Também passa.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Questão de Ordem.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Há
possibilidade de falar depois, como os Vereadores pediram, sem abrir mão do
tempo?
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Sem dúvida
nenhuma.
O SR. PEDRO RUAS: Então, eu
passo.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nelcir
Tessaro está com a palavra em Comunicações.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, volto hoje a esta tribuna para discutir um assunto sobre o qual, há
uma semana, eu alertei e salientei: a situação do Centro da Cidade. Com o
vendaval desta noite, comerciantes da Galeria do Rosário manifestaram, hoje
pela manhã, preocupação com uma situação que perdura após tantos anos de
discussão, que é o “esqueletão” da Galeria do Rosário. Aquele monumento que
todos os turistas que chegam a Porto Alegre, quando atravessam o Guaíba, veem,
pois é a primeira paisagem de Porto Alegre.
Alertei
os representantes do Governo Municipal na última oportunidade e não recebi
sequer uma comunicação, ou algo semelhante, sobre o que pretendem fazer para
evitar aquela situação. Segundo a SMOV, aquele prédio se encontra interditado.
Ora, se está interditado, deve ser cercado, não se deve permitir que ninguém
entre naquele prédio. E nós sabemos que, no primeiro andar, existem lojas; no
segundo andar, existe comércio, e, no terceiro andar, existem três famílias
residindo irregularmente. Se está interditado, não tem habite-se e não há as
mínimas condições de habitação. Então, pergunto: até quando vamos continuar a
olhar para aquele monumento?
Estive
na Caixa Econômica Federal na segunda-feira, e a Caixa é parceira para voltar a
discutir o tema - que foi discutido em 2006 -, para ali construir habitações de
interesse social. Habitações que estamos incluindo no Plano Diretor, no sentido
de que todos os prédios ociosos do Centro sejam desapropriados para a habitação
social, ou, quando forem prédios públicos, haja a cessão. Nesse caso, tenho
certeza de que a Procuradoria-Geral do Município terá uma solução. Ela tem o
poder, sim, de desapropriação por interesse público, em virtude do risco que o
prédio está proporcionando às pessoas do Centro da Cidade, quando, a qualquer
momento, poderão desabar tijolos, rebocos, como já aconteceu. E não há sequer
uma proteção ao redor do prédio! Faço aqui um alerta à SMOV, ao Corpo de
Bombeiros, à Defesa Civil no sentido de que verifiquem esse prédio e notifiquem
os senhores que se dizem proprietários - são diversos herdeiros, estão
residindo no terceiro andar. Se for o caso, interditem com correntes e coloquem
uma proteção ao redor desse prédio antes que aconteça um acidente grave em
Porto Alegre.
O
Ver. Adeli Sell já promoveu uma reunião aqui na Câmara com os comerciantes do
Centro da Cidade preocupados com a situação. Eles estão todos os dias
reivindicando. Tiveram uma reunião, primeiro, com a Procuradora Mercedes
Rodrigues, quando a solução ficou para ser definida; outra reunião com o então
Procurador Adjunto e hoje com o Procurador-Geral João Batista Figueira. O
Município todo está ciente da situação. Na época, houve uma reunião com a SMIC,
quando se retiraram todos os comerciantes irregulares. O Secretário Idenir
Cecchin foi ao Prefeito e levou a proposta de que o prédio fosse desapropriado
para evitar que novos moradores ou depósitos clandestinos ali surgissem. Não
adianta trabalharmos pela revitalização do Centro, para transformação do Cais
do Porto, se a paisagem continuar a mesma. Não vai mudar nunca. Não adianta
mudarmos a paisagem central, a do Chalé da Praça XV - que é um projeto
magnífico junto com o do Mercado Público -, e o entorno ficar o mesmo. Como
ficam as pessoas? Até quando nós vamos esperar por uma atitude do Executivo,
uma atitude severa para punir os responsáveis pelas construções irregulares?
Até quando vamos esperar que os fiscais da SMOV interditem aquele prédio?
Aquele prédio deve ser interditado imediatamente. Solicito que o Corpo de
Bombeiros faça uma vistoria naquele prédio. Se o Executivo tem problemas,
dificuldades de fiscalização, que o Corpo de Bombeiros se una a essa
força-tarefa para eliminarmos um monumento que denigre o Centro da Cidade.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Temos uma
aniversariante hoje: é a Rádio Câmara, que completa um ano de existência!
(Palmas.) Saudações à Rádio Câmara e aos servidores, aos nossos comunicadores
da Rádio Câmara, inclusive aos seus estagiários, que têm feito um trabalho
muito importante com esse instrumento de comunicação da Câmara Municipal.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a campanha
“Crack, nem pensar” não deve ficar reduzida só ao crack, porque
as outras drogas devem ser evitadas. E essa Campanha ganha evidência depois da
pesquisa que foi divulgada: um jovem será morto a cada três dias se nada for
feito para modificar esse quadro. De acordo com essa estatística, nós teríamos,
aqui no Rio Grande do Sul, 897 jovens entre 12 e 18 anos de idade que morreriam
ou que estão fadados a morrer. Tenho certeza absoluta, até porque notícias nos
dão conta disso, de que a maior parte dessas mortes de jovens está vinculada
exatamente à utilização de drogas. Nós, que somos representantes de uma
sociedade, que é da Capital dos gaúchos, devemos por obrigação fazer com que
nossas atividades e nossos esforços sejam realmente levados a fim de que os
jovens tenham outras oportunidades, para saírem desse mundo das drogas. Eu
acredito que temos um papel, podemos fazer com que a economia da nossa Capital
realmente seja implementada, que novos empregos possam ser criados, que novas
chances sejam dadas.
Quando falo de jovens entre 12 e 18 anos de idade,
estou falando de uma criança de 12 anos de idade, de adolescentes de 14, 15,
16, 17, 18 anos de idade. A nossa política deve estar voltada não apenas à
proteção que temos que dar ao adolescente com a criação de empregos, acredito
que também temos que estar voltados para este mundo das crianças e fazer com
que... Acho que até esta atitude da Câmara Municipal, permitindo às vilas
populares ganharem um novo formato - a legalização, a urbanização - poderá
dificultar o crescimento do tráfico. Essa atitude nossa pode realmente auxiliar
para que a estatística que é divulgada não se cumpra; vejo que a Câmara
Municipal está muito voltada agora a fazer com que essas vilas populares ganhem
novos contornos. E cito, meu querido amigo Toni Proença, a ação da Câmara a
respeito daquela vila junto ao Aeroporto, a ação para que a Prefeitura Municipal
dê condições de aquela população se instalar de uma forma mais legal, de uma
forma realmente melhor, que ela possa ter uma melhor vida em outra região. É
claro que o objetivo principal ali é fazer com que o Aeroporto ganhe uma pista
maior, mas não podemos perder de vista que, com essa nossa atitude, com a
legalização da vila, com os novos contornos que são dados à vila, estaremos
também dificultando a ação do próprio tráfico de drogas. É claro que o tráfico
de drogas, Ver. João Dib, acaba crescendo naqueles locais em que os becos
favorecem ao cidadão se escafeder, esconder-se, tornando a sua atitude de
distribuição de drogas vitoriosa frente ao que deveria ser realmente uma
repressão vitoriosa feita pela Polícia.
Acho que a Câmara Municipal cumpre com seu papel,
mas precisamos correr muito. Essas notícias, principalmente a que foi dada pela
pesquisa, de que vamos ter um jovem morto a cada três dias ou 897 jovens nos
próximos anos ou no próximo ano, praticamente a maioria ligada ao mundo das
drogas, assustam muito; precisamos realmente cada vez mais fazer ações, para
que estatísticas macabras como essas não se confirmem.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Waldir
Canal está com a palavra em Comunicações.
O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, inicialmente gostaria de parabenizar o Ver. Nelcir Tessaro
pela sua fala anterior e o Ver. Luiz Braz também; trata-se de um assunto muito
importante, pensamento do qual comungo, Vereador. Acredito que o caminho é esse.
Venho à tribuna pois gostaria de falar a respeito
de um assunto que tem nos chamado atenção e tem sido motivo de muita tristeza.
Eu, particularmente, tenho acompanhado alguns dramas de pessoas que perderam ou
foram vítimas de acidentes de trânsito, e é muito triste a gente ver muitas
pessoas interrompendo seus sonhos, suas vidas, seus planos de forma drástica -
saem e não voltam para casa, tudo por causa da violência no trânsito, da
imprudência. A minha fala, nesta manhã, é no sentido de ser mais um a chamar a
atenção para esse assunto importante. Nós vimos na semana passada um acidente
terrível: jovens perderam a vida - provavelmente cinco ou seis jovens - dentro
daquele carro que entrou debaixo do ônibus. Então, são sombrios os números da
violência no trânsito. Aqui em Porto Alegre nós vemos muitas famílias sendo
marcadas pelas tragédias familiares.
Com
isso, temos um número oculto, um número que não aparece para a sociedade, que
são os acidentados que enchem os setores da Santa Casa, da cirurgia bucomaxifacial.
Diante da tragédia, é no hospital que se tenta consertar: são pessoas que saem
de um acidente, muitas vezes com o rosto deformado, muitas vezes sem os
movimentos normais do corpo, perdendo um braço, perdendo a perna. Isso tudo
também é um problema de política pública. Isso é um problema de política
pública. Nós temos aqui a expectativa da Copa do Mundo. O nosso Prefeito vai
ter muito trabalho, muito trabalho na educação do trânsito; muitas pessoas
precisam se conscientizar de que o carro é um meio de locomoção, não um meio de
se matar ou matar outras pessoas. Então, é importante que comece desde já a
prática da educação, a educação no trânsito.
E
já foram feitas várias pesquisas: é o lugar onde muitas pessoas andam
estressadas, com os nervos à flor da pele, muitas vezes trazendo problemas do
trabalho, problemas de casa; entram num carro e, por causa de uma fechada ou
alguma coisa, já saem com uma arma na mão, e, quando não causam acidente, nós
temos visto brigas terríveis por causa de trânsito. Segundo a EPTC, os
motociclistas foram mais conscientes na circulação do dia a dia. Tenho esses
dados aqui e quero repassá-los a todos. Com respeito aos motociclistas: o ano
de 2008 encerrou com menos 6,7% em acidentes, 4.177 a 4.476; 81% feridos e
menos 23,53 de vítimas fatais, desde a implantação da Lei Seca. A Lei Seca tem
cumprido o seu papel. Faltam mecanismos, faltam políticas públicas, e o nosso
Governo Municipal, eu tenho certeza, está atento a essa situação. Nós não
queremos chorar a morte de mais amigos, de mais familiares e pessoas queridas.
Então, tendo em vista os últimos acontecimentos, as
tragédias que todos os dias acontecem não só em Porto Alegre, mas no Estado
afora, eu venho à tribuna fazer este alerta, fazer este pedido e mais uma vez
declarar que é necessário ter paciência, ter paz e educação no trânsito. Muito
obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente,
Ver. Adeli Sell; demais Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara e os
que nos acompanham nas galerias, venho hoje, Ver. João Antonio Dib, meu grande
líder, meu amigo, falar de um tema do qual V. Exª não gosta muito, acha errado
estar falando, estar pronunciando, mas a preocupação no setor supermercadista,
a indignação do setor é muito grande em relação aos fatos que têm acontecido no
Estado do Rio Grande do Sul a partir de 2003 com a empresa Wal-Mart, uma das
maiores empresas do mundo. No ano de 2008, ela faturou 380 bilhões de dólares
no mundo e, no Brasil, 8,5 milhões de dólares. É uma grande empresa em
faturamento, mas apresenta grandes problemas no mundo inteiro. No Brasil, no
Rio Grande do Sul, não poderia ser diferente, Ver. Toni Proença, que também
trabalhou no meio empresarial - com pequena empresa -, V. Exª conhece as
dificuldades do pequeno empresário, as dificuldades de sobrevivência, a luta
para se manter vivo e atuante no mercado.
O mercado de supermercado é de grande concorrência,
é muito forte, com margens de lucro muito pequenas, vende-se muito, mas a
margem final é muito pequena. A Wal-Mart é uma empresa que vende muito e tem
condições superiores a todos na hora da compra, por comprar no mundo inteiro.
No Rio Grande do Sul ela é privilegiada, sendo contrária a tudo aquilo que nós
sempre pregamos, de que a pequena empresa é que deve ter algumas vantagens. No
Rio Grande do Sul ocorre totalmente o contrário, pois essa empresa é
beneficiada, Ver. Pedro Ruas - que é advogado -, desde o ano 2003. Existia o
Supermercado Nacional, que foi vendido para o grupo Sonae, que posteriormente,
no ano de 2003, foi vendido para a empresa Wal-Mart. O Nacional, que era uma
empresa gaúcha, tinha um benefício proveniente de uma decisão judicial, que foi
transitada em julgado: o direito de se creditar da diferença do ICMS entre o
preço presumido e o preço efetivamente praticado da substituição tributária. A
empresa Wal-Mart, que comprou o Sonae - que havia comprado o Nacional -, até
hoje se beneficia dessa decisão judicial. Com isso, hoje deixa de pagar, de
recolher aos cofres públicos do Estado em torno de dois milhões de reais ao
mês. Estima-se, Ver. Airto Ferronato, V. Exª conhece a Fazenda, que, de 2003
até 2009, deixaram de entrar nos cofres públicos mais de cem milhões de reais.
E por que isso? Ela é a única empresa no Estado do
Rio Grande do Sul que tem esse benefício. Com isso, ela consegue praticar
preços inferiores a qualquer outro supermercado. Mas não são somente os
supermercados os prejudicados, também as farmácias, as lojas de
eletrodomésticos, tornando-se uma concorrência totalmente desleal, Ver. João
Antonio Dib. Tudo isso porque o Governo do Estado - a Procuradoria do Estado -
perdeu prazos, deixou de entregar documentos. Até hoje a empresa Wal-Mart se
beneficia porque o Estado não atua como deveria atuar, com força, para que ela
perca esse direito, voltando a haver uma concorrência mais leal no nosso
Estado. É inadmissível uma empresa do porte como essa ter um benefício maior do
que qualquer outra empresa gaúcha.
Portanto, nessa segunda-feira, eu, como Vereador e
Presidente da Associação dos Minimercados de Porto Alegre, fiz um documento,
tenho ele em mãos e o passarei ao nosso Presidente da Casa, ao Ministro da
Justiça Tarso Genro e ao Presidente da Assembleia Legislativa, Ivar Pavan, para
que sejam tomadas medidas pelo Estado, pois, já que o Estado não está tomando,
que o Ministro tome, na linha federal, para que esse processo ande e seja
cessado.
(Aparte antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)
O SR. MAURO PINHEIRO: Exatamente,
Ver. João Antonio Dib, é uma decisão judicial que já está nas mãos do Ministro
Cezar Peluso, só que está parado, não movimenta, porque o Estado não faz nada,
o Estado não se preocupa. Eu não consigo entender como o Estado, que diz que
tem tanta necessidade de dinheiro público, abre mão, não recorre, não faz
força, como em tudo; querem esse dinheiro, mas não fazem força para reaver esse
dinheiro. É um absurdo as pequenas empresas do Rio Grande do Sul não terem um
benefício desses, e o Wal-Mart estar se beneficiando, deixando de recolher um
dinheiro que poderia muito bem ser usado na Saúde e na Educação. E todos
sabemos os problemas que têm na Educação, alunos em escolas de lata, e o
Wal-Mart, que é uma empresa mundial, tendo um ganho de 380 bilhões de dólares
no ano de 2008, é beneficiado e deixa de recolher impostos para o nosso Estado,
os quais poderiam ser usados na Educação, e nós sabemos o caos que está no
Estado. Muito obrigado, Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Mauro Pinheiro.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos
trabalhos.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Comunicações.
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
aqueles que nos assistem no horário da Reunião Ordinária pela TVCâmara,
ouvintes da Rádio Web, a todos o nosso abraço! Venho com muita satisfação, Ver.
Adeli, demais Vereadores e Vereadoras, comunicar o resultado do encontro do
nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, que fez um processo, que durou 60
dias, de preparação partidária, num pré-encontro, quando tivemos a participação
em plenárias de base de um conjunto de mais de 22 mil filiados em mais de 400
Municípios do Rio Grande do Sul. No último sábado e domingo, tivemos um
encontro e pautamos temas da conjuntura internacional, nacional e regional, bem
como temas de interesse do nosso Partido. E foi concluído com um grande
consenso, resultado da decisão dos 1.570 delegados eleitos pelas bases
partidárias, com intensa participação, com amplo debate, com uma mobilização
entusiasmada do nosso Partido, que definiu nesse pré-encontro, também, o
pré-candidato Tarso Genro para ser apresentado aos demais Partidos da base
popular, da Frente Popular, e aos Partidos do campo trabalhista, para trabalhar
no ano que vem. Isso vem num momento importante, porque ouvimos aqui,
recentemente, os discursos do Ver. Mauro, de Lideranças do Partido dos
Trabalhadores e do Ver. Ferronato, tratando de questões que precisam ser
abordadas de modo diferente no Rio Grande.
Nós estamos passando por um conjunto de denúncias,
e dessa vez não é nem a oposição, não é nem o Ver. Pedro Ruas o denunciante! O
próprio Governo, através do seu Chefe de Gabinete, e o Presidente do Detran
tropeçaram muito feio, trazendo à tona mais um escândalo gravíssimo para o Rio
Grande do Sul, envolvendo privilégio de informações, envolvendo familiares de
autoridades, como o Presidente do Detran, que teve até uma postura muito digna,
e o Presidente da Susepe. Mais uma vez, o episódio teve como pivô o Chefe de
Gabinete da Srª Governadora. Temos esses lamentáveis episódios, e eles não
podem ser atribuídos nem à oposição nem a um Ministro em particular, porque o
próprio Governo, através das suas principais autoridades - que se trumbicam,
tropeçam -, vem à cena pública desgastar ainda mais a imagem da autoridade da
nossa Governadora. Esses fatos só nos levam a lamentar, Ver. Toni, que o Rio
Grande esteja passando por situações desse tipo. Aí não tem nenhuma denúncia
como, por exemplo, a do Ver. Pedro Ruas; não tem nenhuma ação da Polícia
Federal nesse caso; não tem nenhuma ação de ninguém: há uma ação do próprio
Governo se complicando. E o Rio Grande está sofrendo muito!
O Ver. Mauro e o Ver. Ferronato levantam uma clara
negligência de autoridades que deixaram passar em branco uma perda fiscal de
200 milhões, 300 milhões de reais, favorecendo casualmente um grupo. Por que
casualmente foi favorecido um grupo, casualmente o Wal-Mart? Será que é pura
coincidência?! Ou nós temos um Governo que só atende esse tipo de interesse?
Então, é bom que se inicie um debate, pois o Rio Grande precisa se encontrar
com o Brasil, porque ele está muito mal. Obrigado pela atenção de todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell;
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que as críticas, quando
são justas, devem ser feitas, porque ajudam a que atitudes possam ser
modificadas em benefício do conjunto da sociedade. Quando as críticas são
injustas, acho que elas têm que ser reparadas, porque acredito que nenhum de
nós aqui quer cometer esse deslize, fazendo com que alguém se sinta mal de
forma injusta por nossa causa.
Essa crítica que foi feita agora à Governadora e ao
Estado do Rio Grande do Sul é uma crítica injusta, porque, afinal de contas, o
crédito tributário, principalmente em relação ao ICMS - e aqui eu ouvi o Ver.
Ferronato falando, ele é um dos craques nessa matéria -, é absolutamente legal.
Em relação às empresas, quando passam suas mercadorias, aquilo que sobra entre
a dívida real tributária e o que já foi, por exemplo, repassado em outros
estágios sempre é creditado, então fica um crédito tributário que a empresa
recebe lá no final. Quer dizer, o crédito tributário é algo real. Ferronato, se
essa empresa, a Wal-Mart, foi à Justiça e foi reconhecido que ela poderia se
creditar com relação à diferença do preço que deveria ser vendido e o preço que
realmente vendeu, eu acho que as outras empresas que ainda não têm o benefício
têm que ir até a Justiça também, Ver. João Dib, e buscar esse benefício, já que
tem alguém recebendo esse benefício.
Agora, não é o Governo do Estado que tem que sair
distribuindo o mesmo benefício para as empresas que não estão agindo. Ver.
Pedro Ruas, eu sei que não é exatamente a área de V. Exª, mas V. Exª é um
Vereador e um advogado extremamente inteligente, V. Exª sabe que essa ação que
está beneficiando o Wal-Mart só pode beneficiar aquele que realmente está discutindo
o seu direito. Mas aos outros não está vedado esse direito de poder, de
repente, buscar na Justiça aquilo que outro já conseguiu. Nós não podemos
criticar o Governo do Estado porque ele não está distribuindo uma benesse que
ele não pode distribuir. Ele tem que esperar que as outras empresas também
busquem o mesmo direito que o Wal-Mart conseguiu. Se a Justiça, por exemplo,
negar para qualquer uma delas, aí sim, o Judiciário mereceria essa crítica,
porque, afinal de contas, estaria tratando de uma maneira diferente uma empresa
e outra.
Mas essa crítica que foi feita ao Governo do Estado
é uma crítica gratuita, não pode existir. O Governo do Estado não poderia de
forma nenhuma estender esse mesmo direito que foi buscado na Justiça pelo
Wal-Mart indiscriminadamente para todos os outros. Que os outros busquem. Eu
acho que isso realmente é uma coisa que tanto pequenos como grandes devem se
unir e buscar, Ver. Mauro Pinheiro, a ninguém é vedado. Se V. Exª citar, por
exemplo, um Processo que entrou na Justiça e que teve um tratamento
diferenciado, eu acho que aí sim, mas a crítica aí deveria ser endereçada para
o campo do Judiciário. Agora, não se pode, na verdade, fazer uma crítica ao
Governo do Estado, porque não é o Governo do Estado que está falhado em tudo
isso. O que falha em tudo isso são aquelas empresas e os empresários que não
buscaram o mesmo que o Wal-Mart buscou. Aquilo que o Wal-Mart buscou na Justiça
- sem querer defender o Wal-Mart, porque temos atacado aqui esse gigante do
comércio muitas vezes - é absolutamente justo e legal e foi reconhecido pelo
Judiciário. Se foi reconhecido pelo Judiciário, com toda a certeza as outras
empresas também não têm por que não buscar.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver. Airto
Ferronato está com a palavra para uma Questão de Ordem.
O SR. AIRTO FERRONATO: Apenas para
esclarecer. Eu ouvi as palavras do Ver. Luiz Braz e quero dizer que em momento
algum a minha intervenção teve a intenção de criticar a Governadora ou qualquer
outra empresa. A minha tese é na defesa da pequena empresa. Então, que fique
restabelecido que não critiquei; aliás, é uma posição que venho defendendo
desde que aqui cheguei. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está
devidamente esclarecido.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Ferronato, a crítica não
foi feita por V. Exª; a crítica foi feita posteriormente pelo Ver. Todeschini.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está
devidamente registrado. Eu lembro aos Srs. Vereadores - não mais acostumados ao
Plenarinho -, que costumam falar entre si, que essa conversa provoca uma
reverberação muito grande e atrapalha quem está na tribuna.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores, no final de semana, nos dias 18 e 19, ocorreu aqui em Porto Alegre,
no Auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Estado, o maior
encontro que o nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, já realizou na sua
história, no seu tempo de vida aqui no Rio Grande do Sul. Lá tivemos presentes
mais de 1.400 delegados, representando todas as cidades do Rio Grande do Sul. E
cada um desses delegados que passaram pelos encontros municipais precisaram de
15 votos nas suas bases para aqui estar. Portanto, o nosso Partido teve o
privilégio de conseguir mobilizar mais de 20 mil filiados, partidários, para
construir um primeiro passo em direção ao processo eleitoral que se avizinha no
próximo ano. E a importância do encontro foi muita para nós, porque ele
construiu, e queremos aqui trazer esta mensagem aos demais colegas Vereadores e
a todos os Partidos, de situação e oposição.
Há três grandes eixos que iremos trabalhar. O
primeiro deles é construir uma política que dê sustentação à continuidade do
projeto que hoje se desenvolve no Brasil, capitaneado pelo Presidente Lula; o
segundo grande eixo foi nós sinalizarmos para os demais Partidos a construção
de um campo de alianças com os nossos parceiros tradicionais: PSB, PCdoB, PRB,
PR, e está lançada a disposição do nosso Partido de compor, na majoritária, com
o PDT e com o PTB; e o terceiro eixo que construímos, por unanimidade, foi
indicar como pré-candidato ao Governo do Estado, para o próximo período, o
companheiro Tarso Genro. É o segundo Partido que indica um pré-candidato. Aqui
está entre nós o colega Pedro Ruas, que também foi lançado como pré-candidato
pelo PSOL para governar o Estado do Rio Grande do Sul. Trazemos esta
contribuição e estes informes aos demais colegas, porque temos isso muito
claro.
E o nosso Partido certamente construiu nesse final
de semana mais um passo firme e histórico, primeiro, para a sustentação do
grande projeto nacional, que vem realizando as transformações de que o Brasil
necessita e vem firmando o Brasil na conjuntura mundial como um país de
referência, um país emergente, que vem se firmando, com um projeto nacional,
mas com uma visão internacional, juntamente com os demais países emergentes.
Principalmente o Brasil, a Rússia, a Índia e a China vêm compondo o BRIC e
contestando em nível mundial a política desenvolvida pelo G-8, que sempre foi
pautada na afirmação do neoliberalismo; neoliberalismo esse que ruiu.
A intervenção do Brasil nos últimos períodos
enterrou a ALCA, projeto dos Estados Unidos que estava orientado para
subordinar a América Latina aos interesses do capital estrangeiro. O Brasil,
hoje, é referência mundial, principalmente na política que busca uma
alternativa de distribuição de renda e no combate à fome em nível mundial. Por
onde passa, o Presidente Lula é recebido com autoridade e afirma essa opinião.
O Brasil se tornou referência e está, cada vez mais, se tornando referência em
nível mundial, como um país que propõe uma nova agenda na produção e no consumo
de energia, trazendo a opção da energia alternativa. E nós dialogamos com os
demais Partidos no sentido de que a sustentação desse projeto é vital para o
Brasil.
Para finalizar, Sr. Presidente, eu quero fazer
outro registro. Não bastasse isso, ontem, a primeira reação das lideranças que
sempre apoiaram o neoliberalismo, principalmente o PSDB, em nível nacional, foi
a de levantar uma polêmica, querendo que o Ministro da Justiça Tarso Genro saia
do seu cargo, porque foi indicado pré-candidato, ou seja, querendo fazer uma
falsa apologia, principalmente pelo trabalho que vem fazendo a Polícia Federal
ao investigar, aqui no Rio Grande do Sul e em outras localidades, os desmandos
políticos que ocorrem na gestão do Estado e em muitas do Governo Federal. Eu
queria dizer aqui, para encerrar, que a Polícia Federal atua, sim, mas atua
sempre respondendo aos pedidos do Ministério Público Federal. Portanto, não tem
cabimento essa bandeira que levantaram ontem, principalmente o PSDB e o DEM, em
nível nacional. E o Ministro Tarso foi muito enfático na sua primeira
entrevista: “Não tem problema; se o Serra e a Yeda se retirarem imediatamente,
porque também são pré-candidatos, eu faço o mesmo”. Um grande abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste.
Eu peço que o Ver. Nelcir Tessaro assuma os
trabalhos neste momento, para que eu possa utilizar o meu tempo em
Comunicações.
(O Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Ver. Tessaro, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadoras
e colegas Vereadores, eu queria colocar um problema que verifiquei hoje ao ler
os jornais: ontem, a Governadora do Estado iria participar de uma atividade da
UERGS, a nossa Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, mas, para variar,
apesar de constar na agenda, ela não foi, e aconteceu um grave problema, Ver.
Luiz - eu queria dialogar com V. Exª, não é uma crítica ao seu Partido, porque
eu não posso imaginar que os Partidos tenham essa postura; na verdade, eu
entendo que essa questão de não cumprir certas agendas é um problema da
Governadora: foram deslocados 200 policiais militares para a Av. Farrapos, as
pessoas não puderam cruzar por três longas quadras da Av. Farrapos, durante um
longo período.
Olha, é o seguinte: os governantes muitas vezes são
aplaudidos, muitas vezes são criticados e, às vezes, até atacados. Isso são
ossos do ofício, não estou aqui fazendo nenhuma defesa de quem faz claque para
aplaudir e nem de quem faz piquete para protestar. Isso é parte da vida, da
sociedade, da democracia. É claro que eu condeno agressões, Ver. Reginaldo
Pujol, mas deslocar 200 policiais num momento em que nós temos assassinatos...!
E tivemos o assassinato de um taxista - eu li, nas páginas dos jornais hoje,
que, de cada cinco taxistas na cidade de Porto Alegre, três já foram assaltados
-, mais um pai de família, um avô perdeu sua vida nesse final de semana. E
foram, principalmente, soldados do 9o BPM.
Ver. Pujol, V. Exª, como eu, mora no Centro, e nós
sabemos dos graves problemas de segurança que nós temos no Centro de Porto
Alegre. O Viaduto Otávio Rocha, esse belo monumento, está tomado por vendedores
de drogas, traficantes, usuários de drogas, e é um dos pontos mais bonitos da
Cidade. Eu nem falo da Praça Daltro Filho, que algumas vezes já se transformou
- melhorou um pouquinho ultimamente, depois de muitas batalhas - num verdadeiro
campo de guerra. Eu já vi brigas de gangues não só na Praça da Alfândega, onde
é muito comum, diga-se de passagem, mas na Praça da Matriz e na Daltro Filho. O
Tribunal de Justiça agora fez um pedido ao IPHAN e à SMOV para o conserto
daquelas pedras portuguesas do seu em torno. Ali há moradias de moradores de
rua, e não são simples moradores de rua. Nós temos ali - eu as conheço, porque
moro perto, próximo - pessoas que traficam, usam drogas, causam verdadeiras
barbaridades. Para isso nós não vemos nenhum soldado, e eu circulo pelo Centro
da Cidade todos os dias. Não tenho visto soldados da Brigada, com raríssimas
exceções, mas 200 soldados foram ontem deslocados para fazerem a suposta
segurança da Srª Governadora, que não foi ao evento. Recebeu uma personalidade
que todos nós respeitamos, que foi a Ministra do STF, a Drª Ellen Gracie.
Então, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós não podemos deixar
passar, neste dia 22 de julho, esse problema.
Também
quero levantar aqui que, neste ano, estranhei não ter recebido nenhum comunicado
da Prefeitura, da SMIC sobre o dia 25 de julho, que é o Dia da Agricultura,
conforme lei municipal. Todos os anos, na gestão do PT e na gestão Cecchim,
sempre houve atividades. Estou esperando, talvez aconteça alguma coisa no final
de semana, mas não recebi absolutamente nada, portanto, se haverá, tem problema
de comunicação. Porto Alegre é a segunda Capital do País com área rural, então
nós não podemos deixar passar o dia 25 de julho, que é o Dia da Agricultura,
para marcar a importância que tem a produção de alimentos na Zona Sul de Porto
Alegre, em especial.
E, finalmente, como já fiz menção, volto mais uma
vez a parabenizar a nossa Rádio Câmara pelo seu primeiro aniversário. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu estava ouvindo atentamente o Ver. Adeli Sell,
quando me foi chamada a atenção para me entregarem uma notícia que consta hoje
no jornal Zero Hora, na sua última página, a 47, que faz um relato das coisas
que ocorreram há 30 anos, Ver. Dib. Está noticiado que, em
solenidade na Associação Riograndense de Imprensa, o Prefeito Guilherme Socias
Villela assinou a sanção do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da Capital,
o PDDU deveria entrar em vigor a partir do mês de agosto. Vejam os senhores e
as senhoras a coincidência da circunstância. Nós ontem, Ver. Tessaro, 30 anos
depois, tínhamos marcado o cumprimento de uma das etapas nesse trabalho que
vimos desenvolvendo no sentido de adaptar, ajustar o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental da cidade de Porto Alegre.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, eu também li a
notícia do jornal Zero Hora de hoje - há 30 anos o Villela assinando -, há uma
foto. Na verdade, esse foi o melhor Plano Diretor que a Cidade teve, isso eu
não tenho dúvida nenhuma em afirmar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço o
aparte de Vossa Excelência, pois, sendo na oportunidade o Líder do Governo, eu
ficaria até numa situação delicada de fazer a afirmação que tão categoricamente
faz o Ver. João Dib. Mas entendo que foi um grande Plano Diretor para aquele
momento da Cidade. Obviamente cumpriu várias das suas finalidades, como o atual
Plano Diretor, que ajudei a construir aqui, como homem de oposição. Ajudei a
construí-lo e tenho certeza de que ajudei muito, e ele está cumprindo as suas
finalidades, necessitando, agora, dos ajustes que nós estamos diligenciando.
Sr.
Presidente, o que me traz à tribuna para focar esse assunto, além da
coincidência feliz, é que entendo que agora - e sobre isso tenho discutido
muito com o Ver. Mauro Pinheiro, que, junto com o Ver. Toni Proença, compõe a
Relatoria III, que analisou o plano regulador, as disposições finais e
transitórias, o problema dos anexos, as várias emendas, enfim, aquelas emendas
que são colocadas onde couber -, Ver. Dib, neste novo momento do nosso
trabalho, nós temos, Verª Fernanda, que partir para algumas posições mais
fortes, em que, mais do que ajustar bem, temos que colocar com precisão, evitar
que a redação do Projeto possa ensejar dúvidas no futuro, na sua aplicação.
Algumas coisas nós precisamos encarar de frente, como a necessidade, por
exemplo - Ver. Dib, sei que V. Exª vai concordar comigo -, de criarmos algum
mecanismo de estímulo para que os espaços urbanos ainda existentes em Porto
Alegre sejam ocupados. E que ali se priorize a construção da Cidade em
detrimento da construção por substituição, o que tem sido, ultimamente, a
característica maior.
Ver. Luiz Braz, V. Exª, inclusive, há um ano, me falava disso, quando me dizia da necessidade de se criarem estímulos na área da Glória, bairro em que V. Exª reside e que conhece muito bem. Acho que nós temos muitos espaços na Cidade que deveriam ter a sua ocupação estimulada, Ver. Mauro Pinheiro. É lógico que a construção por substituição vai ter que ocorrer. Há algumas áreas em que até seria recomendado. O Centro da Cidade é bem marcado nesse sentido. Nós temos vários imóveis que estão numa degradação absoluta, correndo o risco de, a qualquer momento, desabarem.
Concluo
dizendo que fugi do equacionamento de situações como a do Centro da Cidade,
onde eu resido - falava bem o Ver. Adeli - e sobre o qual tenho opiniões que
pretendo, a partir do debate, colocar em discussão. Nós temos que cogitar o que
considero primordial: estimular a ocupação dos espaços urbanos ainda existentes
na cidade de Porto Alegre. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.
O
Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, estimula-me ocupar esta tribuna o tema trazido pelo Ver.
Luiz Braz no seu primeiro pronunciamento, que diz respeito ao combate e à
prevenção ao uso de drogas. A cidade de Porto Alegre precisa muito envolver o
conjunto da sociedade nesse problema, principalmente estimulando a prevenção. É
preciso que o Poder Executivo Municipal, o Estadual e até o Federal unam
esforços, somem as suas energias e estabeleçam interatividade nas Políticas
Públicas que possam estimular a prevenção ao uso de drogas, principalmente aos
jovens e às crianças da nossa periferia.
Nós
temos várias iniciativas, vários programas que podem ajudar muito na prevenção
ao uso de drogas, principalmente nas periferias. Mas o que temos notado é que
essas iniciativas e esses programas não dialogam entre si. Existem iniciativas
do Governo Municipal, iniciativas do Governo Estadual e, agora, mais
recentemente, como as lançadas pelo próprio Presidente Lula na Vila Bom Jesus,
iniciativas do Governo Federal que pretendem ser um estímulo à prevenção ao uso
de drogas. O grande problema é que, ao não dialogar, essas energias não se somam
e não produzem o efeito necessário. Além disso, existem as iniciativas e as
energias que se estabelecem nas comunidades por iniciativa das próprias
comunidades, ou seja, das associações de moradores, dos clubes de mães, das
creches e até dos clubes de futebol. Nós temos o exemplo aqui do nosso craque -
no bom sentido -, o Ver. Tarciso, que tem um belíssimo trabalho, principalmente
na Zona Sul, onde ele faz, através do esporte, a prevenção ao uso de drogas,
formando cidadãos, como ele mesmo gosta de dizer, em vez de atletas. Mas essas
energias, como eu dizia, não são canalizadas, não são articuladas, não têm
diálogo entre si, por isso se perde muito dessas energias, não se conquistando
o resultado desejado.
Portanto, eu acho que a Câmara de Vereadores, Ver.
Luiz Braz, tem um papel fundamental ao tentar construir um projeto, construir o
envolvimento da sociedade, para que a gente possa somar todos esses esforços,
construir a possibilidade de articular essas energias e essas iniciativas,
esses programas, para que o maior resultado possível seja alcançado. Nós temos
hoje um momento e uma oportunidade ímpar, porque temos um grande veículo de
comunicação e um grande grupo de comunicação, como é a RBS, através do jornal
Zero Hora, engajado nessa campanha contra o crack, que, segundo os
especialistas, já é uma epidemia não só no Brasil, mas também no Rio Grande do
Sul e em Porto Alegre. Portanto, acho que iniciativas da Câmara de Vereadores
que possam emular a sociedade, os Governos e as instituições a somar esforços
num grande e único objetivo de fazer, principalmente, o combate ao uso de
drogas devem ser louvadas. Por isso venho a esta tribuna louvar a atitude do
Ver. Luiz Braz ao debater esse tema. Estamos envolvidos, na Câmara, através da
Comissão de Direitos Humanos, da Comissão de Educação e Cultura, da Frente
Parlamentar da Criança e do Adolescente e, mais ultimamente, da Frente
Parlamentar Antidrogas, num esforço de, a partir da soma dos nossos próprios
esforços, tentar construir um esforço único da sociedade e uma articulação que
possibilite o melhor uso dessa energia e dessas iniciativas na prevenção ao uso
de drogas pelas nossas crianças e pelos nossos adolescentes em Porto Alegre.
Tomara que tenhamos algum sucesso. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra em Comunicações.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, caro Ver. Adeli
Sell; Vereadoras, Vereadores, o tema que me traz à tribuna é um Projeto que a
Verª Fernanda Melchionna e eu apresentamos nesta Casa e que tem relação direta
com uma luta que desenvolvemos mesmo antes de o PSOL ter representação na Casa,
Ver. João Dib, Ver. Pujol, Ver. Luiz Braz, Ver. Toni Proença, Ver. Mauro
Pinheiro, porque, em 2008, dentro da legitimidade de manifestação de opinião
que todos temos e respeitando as posições em contrário, nós combatíamos a
utilização da área do Pontal do Estaleiro para construções de nível
residencial. Mas combatíamos também - sempre tivemos essa posição - a
utilização da área do Pontal do Estaleiro para fins comerciais. E por que essa
nossa posição? Porque, do nosso ponto de vista, do ponto de vista do PSOL,
aquela área somente poderia ser utilizada para fins eminentemente públicos, ou
seja, lazer, esportes, cultura. É uma posição nossa de muitos anos, de muito
tempo.
Agora, em 23 de agosto, Ver. João Dib, teremos uma
consulta popular. Mas o que pode decidir essa consulta popular? Pode decidir
entre a utilização para fins comerciais, ou a utilização mista, para fins
comerciais e residenciais. E, do nosso ponto de vista, repito, do PSOL, nem uma
e nem outra atendem aos interesses da população de Porto Alegre. Nem uma e nem
outra respeitam a preservação da orla, segundo as normas internacionais de
proteção ao meio ambiente. Nem uma e nem outra, efetivamente, atendem ao que
seria, de fato, interesse público. Por isso, de forma coerente, na luta que
temos para que isso não aconteça, o PSOL, num Projeto assinado por mim e pela
Verª Fernanda Melchionna, traz, por intermédio deste Projeto, a seguinte
questão: nós estamos propondo, por Projeto de Lei, à Câmara Municipal, contando
com o apoio dos nossos Pares, a revogação da Lei nº 470/02.
E por que a revogação da Lei nº 470? Porque ela, no
nosso entendimento, é a origem do mal. Usa-se uma expressão popular, Ver. João
Dib: “ovo de serpente”. Onde começa o mal? Pois começa na Lei nº 470/02, que é
exatamente a que possibilitou a privatização daquela parte importantíssima e
nobre da orla de Porto Alegre, do nosso rio Guaíba, e que teve outros
desdobramentos que não são e não representam o que há de melhor no interesse
público da Capital do Rio Grande, respeitando as opiniões em contrário. A nossa
discussão, o nosso debate, a nossa divergência sempre foram profundamente
democráticos e, repito, respeitando as opiniões em contrário. Mas quem entende,
como nós entendemos - é um direito nosso e uma obrigação nossa com a nossa
posição -, que a orla, em seu todo, deve ser preservada, segundo a legislação
internacional e nacional que regula a matéria, quem entende como nós que o meio
ambiente é prejudicado, sim, por construções comerciais ou residenciais naquele
ponto específico deve fazer a reflexão de onde começa o problema. E o problema
começa na legislação anterior, de 2001, que depois ficou conhecida como a Lei
nº 470/02. A revogação dessa lei, por intermédio do Projeto de Lei que nós, do
PSOL, apresentamos, impõe-se na medida exata da coerência de quem pretende
levar adiante essa luta e tem os mesmos compromissos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras: educação, saúde e
habitação, evidentemente, são os problemas que mais devem preocupar os
representantes do povo. E eu quero falar na imoralidade, na falta de
responsabilidade, na falta de seriedade do Governo Federal e da Câmara Federal!
Lá, no ano passado - eu não estou poupando ninguém -, estava sendo debatida,
amplamente, a regulamentação da Proposta de Emenda à Constituição nº 29/00,
para a regulamentação dos recursos para a Saúde. Eu fiz uma indicação, não sei
se a Câmara enviou, mas mandei para todas as Lideranças da Câmara Federal,
solicitando que voltassem a debater o problema da Saúde, porque, realmente,
neste País, faltam recursos, e o Governo Federal utiliza menos de 4%, e a
Emenda Constitucional determinaria, no ano de 2011, que chegasse a 10% da sua
arrecadação tributária.
No ano passado, o Governo impediu a votação. As
Lideranças do Governo - toda a base de apoio do Governo - impediram a votação,
votariam logo depois das eleições do ano passado; aconteceram as eleições, e
não votaram. Este ano, passou-se o primeiro semestre, e não vi um Deputado
sequer pedir que fosse trazido à Ordem do Dia a regulamentação da Emenda
Constitucional nº 29/00. Portanto, espero que, no segundo semestre, isso
aconteça, até porque o Presidente da República, tentando diminuir os recursos
para a Saúde, tentou fazer com que os hospitais-escola constassem como
aplicação de recurso da Saúde, o que não é verdade, são recursos da Secretaria
do Ministério da Educação. E parece que houve uma notícia assim tão favorável,
porque até uma pessoa do meu gabinete me telefonou para dizer: “Olha, o
Presidente Lula parece que resolveu atender à solicitação”. Na verdade não, o
Presidente Lula pretende criar o Imposto Sobre a Saúde, para fazer uma
arrecadação maior. Então, não é o que nós estamos precisando.
O
Ver. Pujol comentou a respeito dos 30 anos da assinatura do Plano Diretor da
Administração Villela, e, no meu entendimento, foi o melhor Plano que esta
Cidade teve. Se usados todos os índices possíveis, e que são mais baixos que os
atuais, a população de Porto Alegre poderia chegar a 2,4 milhões de habitantes
e estaria muito bem acomodada, sem edifícios de grandes alturas. Então, na
realidade, eu tenho impressão de que teríamos que dar uma outra utilização
àquelas áreas que hoje não estão construídas, obrigando, sim - e aí nós temos o
IPTU progressivo -, a construção nessas áreas que são valorizadas, hoje sendo
utilizadas, principalmente na área central, como estacionamentos pagos. Então,
na realidade, eu acho que isso deve ser feito. Agora, existem áreas na Cidade
que não há como fazer. Por exemplo, na Av. Senador Tarso Dutra, várias
tentativas foram feitas de construção naquela área toda, e ela continua
intacta, graças a Deus, está lá, bem cuidada, não tem problema nenhum, mas não
apareceu interesse comercial para que lá se realizassem habitações.
Acho
que precisamos ter muito cuidado com o nosso novo Plano Diretor. Ontem nós
realizamos uma análise dos pré-relatórios, hoje os assessores estão reunidos
para fazer uma síntese daquilo que está acontecendo, para que depois o Ver.
Luiz Braz possa fazer a sistematização. E acho que estamos muito afastados de
algumas realidades; nós não temos que estudar o metrô, nós não temos que
estudar os Portais da Cidade, até porque os Portais da Cidade mudam muito, eram
três, agora são quatro, depois serão 16, eu não sei exatamente quantos. Mas, de
qualquer forma, eu posso assegurar que os Portais da Cidade não vão funcionar,
e eu não posso entender que o Governo, tendo na sua base de apoio alguém que já
foi Secretário - teve dois de Transporte, o Ver. Elói Guimarães e este Vereador
-, não tenha os chamado para trocar ideias, porque experiência é experiência e
não pode ser desprezada. O primeiro Plano de Transportes da Cidade foi feito em
1963, eu era o Secretário de Transportes, e continua funcionando nos mesmos
moldes que, lá em 1963, foram ditados. Depois, é verdade, apareceram as linhas
circulares, que foram feitas em 1977, quando este Vereador era o Secretário,
mas tinham sido estudadas pelo meu antecessor, Dr. Jarbas Haag. Saúde e PAZ!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu quero
anunciar a presença do nosso Secretário Municipal do Meio Ambiente, nosso
colega, Vereador licenciado, Ver. Professor Garcia, para nossa honra. Para nós,
é sempre uma honra receber os nossos Secretários aqui na Casa. Também quero
anunciar a presença do Sr. Cláudio Gandolfi, que foi o nosso Secretário de
Captação de Recursos, para nossa honra, acompanha a Reunião.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, venho a esta tribuna fazer um relato do último dia
16 de julho, no qual eu e mais cinco ativistas - a Presidente do CPERS, Rejane
Oliveira; a Vice-Presidente do CPERS, Neida de Oliveira; um fotógrafo da
imprensa; um estudante de Pelotas; um sindicalista do Sindicaixa e esta
Vereadora - fomos presos. O motivo: estávamos protestando, pacificamente, em
frente à casa da Governadora Yeda Crusius.
Primeiro, é importante lembrarmos que o direito de
mobilização, de liberdade de reuniões, em qualquer via pública, é garantido
pela Constituição Federal no art. 5º, inciso XVI, e que talvez falte a leitura
por parte da Governadora. Em segundo lugar, é importante ressaltar que a casa,
fruto da nossa mobilização, é a casa símbolo da corrupção presente no Governo
Yeda Crusius. Símbolo da aquisição em “caixa três” da campanha eleitoral do
casal Crusius. E por que “caixa três”? Porque a verba é oriunda de caixa dois
da campanha eleitoral, o que já é uma ilegalidade do ponto de vista do crime
eleitoral; em segundo lugar, apropriada de maneira privada para aquisição da
casa da Governadora, que é uma das denúncias e das investigações que tramitam
no Ministério Público Federal, algo que não foi denunciado apenas pelo PSOL,
mas pelo próprio Lair Ferst no seu depoimento ao Ministério Público Federal,
que inclusive vem tomando, há semanas, os jornais do Rio Grande do Sul.
Não é à toa que, mesmo se a casa tivesse sido
comprada pelo valor irrisório de 750 mil reais - porque ela estava à venda por
1,5 milhões de reais, e havia um comprador por 1,5 milhões de reais para casa
-, mesmo para esses 750 mil reais, a Governadora não teve recurso, tanto é que
declarou ter vendido um apartamento em Capão da Canoa de dois quartos por 220
mil reais. E vocês sabem para quem? Para o Delson Martini, ex-Secretário,
investigado pela Operação Rodin, por 44 milhões desviados do Detran. E, pasmem,
o apartamento, que ela usa como argumento, continua no nome dela, em Capão da
Canoa, além de ter sido vendido para o pai do Delson Martini, que é
investigado. E não é por acaso que, junto desse momento emblemático da história
do Rio Grande do Sul, estamos vendo que cada vez vêm mais à tona desvios de
dinheiro público. Exemplo, do Detran, que já comentavam; os 300 milhões que a
Operação Solidária da Polícia Federal investiga, algo que tem a ver com as
empresas que doaram verba para a campanha eleitoral da Governadora, valores que
não foram declarados; a SP Alimentação; a DCS Publicidade; as fumageiras e
tantas outras empresas que doaram e, claro, depois receberam a sua fatia do
bolo com dinheiro público, dos impostos dos gaúchos!
Nesse mesmo momento, em que estamos vendo essa
catástrofe de corrupção instalada no Palácio Piratini, os professores, os
sindicalistas, os estudantes, esta Vereadora cumpriam o seu dever e seu direito
de lutar contra a corrupção em frente à casa da Governadora, de maneira
pacífica, é verdade, mas para mostrar a contradição do nosso Estado, que, ao
mesmo tempo em que tem 344 milhões desviados, tem criança estudando em escola
de lata; tem professor ganhando 400 reais por 40 horas semanais de trabalho.
Tem escola que não tem biblioteca; tem escola que tem goteira; tem sala de aula
com 60 alunos; tem escola que demorou dois meses para o início das aulas por
falta de professor. Este mesmo Governo, em que a Governadora ousa sair de
dentro da sua casa com um cartaz dizendo que os professores são torturadores de
crianças, deveria responder quem é o verdadeiro torturador neste Estado, que
tortura os professores estaduais, que tortura os bancários, que tortura os
estudantes, que tortura os sindicalistas! Quem é o verdadeiro torturador?
E mais: é fundamental ser dito que, quando a nossa
mobilização estava acabando, porque não tentamos de maneira nenhuma entrar no
espaço privado da Governadora, tampouco proibir a saída do neto - está gravada
a saída do neto para a escola, a Governadora mente mais uma vez! -, quando
estava acabando o protesto, chegou a POE, o GOE, sem identificação, com escudos
e cacetetes para agredir os manifestantes. Foi uma violência, uma batalha
campal, que lembraria muito bem a ditadura militar! Aliás, nem a ditadura
militar ousou prender a Presidente do CPERS Sindicato, mas o Governo Yeda ousa.
E ousa prender uma Parlamentar sem dizer por que estava sendo presa. Vocês
acreditam que a Brigada Militar deu ordem de prisão sem dizer o motivo da
prisão? Proibiu a entrada de advogados na 34ª Delegacia de Polícia, e é um
direito civil todo o brasileiro ter o seu advogado. E, depois, quando se deram
conta - e quero saudar e parabenizar os Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell,
Toni Proença, que foram lá lembrar o Delegado de Polícia do papel desta
Vereadora de ter fórum privilegiado -, depois disso, fui solta, e eles
resolveram nos enquadrar como testemunhas.
Mais duas coisas antes de concluir, Sr. Presidente.
Enquadraram-me como testemunha, mas eu fiz questão de me manter como vítima,
porque fiz uma ocorrência de abuso de autoridade, de violência policial, porque
o exame do corpo de delito mostra que a Polícia me cortou a mão e me deixou
algumas partes do corpo roxas, pela ação violenta da Brigada Militar. Estamos
com esse processo, essa ocorrência contra a Brigada Militar.
Concluo
dizendo que é natural que um Governo que não tem mais nenhuma legitimidade para
seguir governando o Rio Grande do Sul utilize a Brigada Militar, utilize a
violência para tentar se sustentar e calar os descontentes. Mas quero lembrar e
reiterar à Governadora que, certamente, ela não nos calará. Seguiremos na rua
pelo “Fora Yeda”! Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, coloco a minha
solidariedade à Verª Fernanda, pela sua indignação, e não poderia ser
diferente. Mas há algumas coisas que acontecem nesta Cidade que, realmente, são
difíceis de entender. Estive, ontem, fazendo uma caminhada e visitando alguns comércios
e encontrei uma pessoa ligada à cultura desta Cidade, do nosso Estado, do nosso
País e que muito tem nos representado e lutado pela cultura: a artista Dilva
Camargo, reconhecida artista, já ganhou vários prêmios pela nossa Casa, ela
viaja pelo mundo levando a cultura do nosso Estado. Dilva Camargo, do Conselho
Curador de Cultura - ela recebe convites para representar a cultura do nosso
País por todo o mundo -, falou-me, de forma indignada, da dificuldade que
encontra em conversar com o nosso Prefeito Municipal. Disse-me que, por onde
anda no mundo, expondo com artistas nacionais e estaduais, é sempre muito bem
recebida pelos Embaixadores do Brasil; que várias vezes recebeu cartas, Ver.
Reginaldo Pujol, desses Embaixadores, para trazer de volta ao nosso Estado, ao
nosso Município, ao nosso País e que gostaria de as entregar ao Prefeito José
Fogaça. Por inúmeras vezes Dilva Camargo tentou falar com o Prefeito para
entregar essas cartas dos Embaixadores - ela me mostrou várias cartas de
reconhecimento pelo trabalho, pela cultura; ela poderia se dizer até uma
embaixadora da cultura da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País -, mas
não consegue falar com o Prefeito Municipal. E eu que achei que o nosso
Prefeito era uma pessoa tão ligada à cultura...! Ela não quer pedir nada, só
gostaria de entregar as cartas que foram mandadas para o Prefeito!
A sua indignação é porque, Ver. Adeli Sell, no
tempo em que nós tínhamos os Prefeitos do PT, ela sempre foi muito bem
recebida, ela podia falar sobre a cultura, sobre o que acontecia no mundo.
Ontem, falou-me de forma indignada, e até eu trouxe alguns exemplos: quando ela
esteve em Bratislava, Voralberg, Budapeste, nos consulados, em todos esses
locais por que passou, recebeu cartas, as quais gostaria de entregar ao nosso
Prefeito, mas infelizmente o Prefeito não a recebe. Se ele não recebe alguém
que é uma embaixadora da cultura, acho que o povo não deve ter vez no Paço
Municipal!
Também gostaria de falar aqui a respeito do
trânsito, Ver. Adeli Sell. Ontem houve um desafio intermodal. Saíram dez
modalidades do Centro de Porto Alegre até o Monumento do Expedicionário. E
pasmem, Srs. Vereadores: em primeiro lugar chegou a bicicleta, em 8 minutos;
depois o cavalo, em 11 minutos; a motocicleta, doze minutos; táxi, 16 minutos,
e a pé se chegou primeiro do que de ônibus! É mais fácil andar a pé do que
pegar um ônibus, pelo congestionamento da nossa Cidade, pela falta de estrutura
e falta de vontade da EPTC em resolver os problemas da Cidade. Pior ainda, o skatista,
Ver Adeli, afirmou o quanto a Capital pode ser desolada, porque ele teve
problemas com desníveis das calçadas. Calçadas irregulares, difíceis até para
se andar de skate, Ver. Pujol! Pior ainda foi o cadeirante Pivotto, que
é um atleta paraolímpico, participou das Olimpíadas, ele disse que é muito
difícil andar na Cidade, porque ela não está preparada para os cadeirantes.
Mas, mesmo assim, o tempo do cadeirante foi de 28 minutos, de ônibus se levam
21 minutos. O mesmo cadeirante, com todas as dificuldades, quase foi mais
rápido do que o ônibus em Porto Alegre. É difícil entender esta Cidade, talvez
agora com o nosso Plano Diretor nós consigamos melhorar.
Ver. Luiz Braz, o senhor perguntou por que os
outros supermercadistas não entravam na Justiça e não buscavam os mesmos
direitos. Infelizmente, vários supermercadistas locais, pequenos, médios e
grandes, tentaram buscar as mesmas vantagens que o Wal-Mart tem, infelizmente
elas não foram concedidas para nenhum supermercado do Rio Grande do Sul;
somente a empresa Wal-Mart é que tem esse direito. Mais uma forma para nos
preocuparmos: por que uma multinacional que vende 380 bilhões de dólares num
ano precisa de um benefício desse tamanho? Vários supermacadistas pequenos,
médios e grandes - não vou citar nomes, porque talvez eles não queiram ser
citados -, vários supermercadistas conhecidos por esta Casa tentaram e não
conseguiram. É um privilégio somente para um grande hipermercado, que não
precisa; uma multinacional, uma das maiores empresas varejistas do mundo, ela não
precisa de benefícios! Nós estamos abrindo mão de receitas para o nosso Estado,
receitas que poderiam ser usadas para a Educação, para a Saúde; o Governo abre
mão! Eu não consigo entender por que se abre mão de mais de cem milhões de
reais, Verª Fernanda, dando para uma grande empresa que não tem necessidade!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores; o
Ver. João Antonio Dib, que é nosso decano, no dia 24, junto com o Presidente
Sebastião Melo, estará de aniversário, trouxe um tema muito importante para o
debate: a responsabilidade do Poder Público com Educação, Saúde e assistência
social. E fez uma crítica ao Governo Federal, mas essa crítica deveria ser,
neste momento, no mínimo, repensada ou redirecionada. E vou aqui justificar a
minha fala.
O Governo Federal, com o Presidente Lula,
reestruturou ou está reestruturando o sistema de Educação brasileira com todos
os problemas que ainda tem, com todas as críticas que recebe. Mas a Educação
tem recebido um destaque. Construíram-se políticas e orientações novas: o
ProUni, pessoas que não tinham condições de cursar universidades hoje estão se
formando; as cotas para as diferenças raciais que existem; a reestruturação do
ensino técnico federal, com a construção de 212 novas escolas técnicas
federais, em todo o Brasil, entre elas, Ver. Toni, a nossa aqui, a de Porto
Alegre, na Restinga. Em contrapartida, o que faz a nossa Governadora? Ontem ela
anunciou um corte no Orçamento que vai atingir, novamente, justamente, as áreas
sociais. Aqui no Rio Grande do Sul a vergonha é explícita, e eu convido os
colegas Vereadores a se dirigirem à Zona Sul, à Av. Edgar Pires de Castro, na
Escola General Neto. Estão lá as escolas de lata instaladas há mais de um ano e
meio - Ver. Luiz Braz, Líder do PSDB aqui na nossa Casa -, estão lá as escolas
de lata, e não há jeito de reconstruírem as escolas nem de repassar o dinheiro.
O Governo do Estado deve 42 milhões de reais para a
Saúde, para o Município de Porto Alegre, mas não há jeito de pagar. Bom, nós
defendíamos, sim, a restituição, a continuidade da CPMF, contribuição a ser direcionada
cem por cento para a Saúde, mas a oposição entendeu que não deveria aplicar
isso na Saúde. Neste momento de falência mundial do sistema neoliberal, o que
acontece nos Estados Unidos? Os trabalhadores lá, cada um tinha o seu plano de
saúde privado, ficaram desempregados e sem o plano de saúde e estão recorrendo.
Inclusive o Obama está buscando informações sobre o Sistema Único de Saúde do
Brasil, que é um dos melhores sistemas do mundo; ainda falta estruturá-lo como
nós queremos - é verdade, ainda falta -, mas para isso temos de aportar
recursos, temos de direcionar, temos de dar prioridade. E não é um problema
único do Estado, da União ou do Município, isso tem de ser um trabalho
republicano, é responsabilidade das três esferas, conforme diz a Constituição.
Eu fico feliz com a fala do Ver. Mauro Pinheiro, há
poucos minutos, sobre a análise feita a respeito do trânsito de Porto Alegre.
Vou deixar para o Ver. Adeli fazer as referências mais profundas ao Secretário
Senna, que, na verdade, é um Secretário “em cena”, porque só encena e nada faz
sob o ponto de vista do trânsito de Porto Alegre, do tráfego, do sistema de
mobilidade. Ficou comprovado ontem que se desloca mais rápido do Centro a essa
região de bicicleta. Nós já estamos apontando a ciclovia. Em segundo lugar, a
cavalo. Eu propus agora uma Emenda ao Plano Diretor no sentido de Porto Alegre
reconhecer oficialmente as hipovias, ou seja, caminhos para se andar a cavalo
em Porto Alegre. Lógico que eu estava pensando isso para a nossa Zona Sul, para
a Zona Rural, para poder priorizar, porque nós temos mais de seis mil cavalos
lá com criatórios e tudo mais. Mas vou sugerir ao Secretário Senna que pense em
instalar as hipovias no Centro também, porque, se é o segundo meio de
transporte mais rápido para o Centro da Cidade, creio que ele poderá estudar
essa possibilidade.
Em terceiro lugar - Ver. Braz, o senhor tem um
diálogo com todos os motoqueiros, motobóis -, nós propusemos uma Emenda levando
em conta, no conceito da Cidade, as motovias. Por quê? Porque, em toda a via
nova que formos fazer, não dá mais para desconsiderar as motocicletas como uma
exigência da urbanidade. No deslocamento diário que faço da UFRGS até esta
Casa, pegando a Av. Bento Gonçalves e a Av. Ipiranga, é uma verdadeira guerra o
zigue-zague que fazem as motocicletas sem ter uma orientação e uma disputa. Com
isso, consequentemente, temos mortes constantes. Propus isso também, e foram
aceitos pelos Relatores, até então, esses conceitos, para nós incorporarmos no
Plano Diretor as motovias, ou seja, que se construam vias exclusivas também
para as motocicletas.
Então são essas as sugestões para o Secretário
Senna, porque, de lá, nós não recebemos nenhuma sugestão que pudesse enriquecer
o debate, e isso deveria ter vindo como sugestão na revisão do Plano Diretor.
Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Carlos
Comassetto utilizou o tempo de Liderança de oposição.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, eu vou me consagrar. Acho que é muito
fácil todo o mundo vir aqui bater no Secretário Senna; parece que ele é um
diabo. O Ver. Comassetto, que faz parte e que é uma das mais destacadas figuras
do Partido dos Trabalhadores, que foi por 16 anos Governo neste Município, que
agravou os problemas do trânsito na dimensão que hoje nós temos, vem aqui e
desanda sobre o Sr. Senna, que é um cidadão com o qual eu conversei duas ou
três vezes na vida, mas que não me pareceu tão mau assim, a ponto de merecer
tanta crítica de todos os lados.
Eu quero fazer essa homenagem ao Vereador...
(Aparte antirregimental)
O SR. REGINALDO PUJOL: Não posso lhe conceder aparte porque falo em Comunicação de Líder, eu lhe
daria 50 segundos, não 30, até porque eu acho que V. Exª, inclusive, cometeu aí
um deslize, entrou em seara alheia, porque a prerrogativa de bater no Senna é
do Ver. Adeli e do Ver. Dib. Vossa Excelência está assumindo uma posição que
não é sua, fica na outra situação.
Quero dizer o seguinte: honestamente, Vereador,
quando V. Exª falou em hipovia, lugares aonde a gente possa ir a cavalo, eu
acho que é uma proposta original, que não pode ser afastada de plano, deve
merecer ao menos ser pensada.
Nós temos algumas coisas aqui na cidade de Porto
Alegre que precisamos nos preparar para entendê-las. Porto Alegre tem uma
topografia especial, nasceu nesta península central. Até eu cometo o erro de
dizer península central. Não, isso não é centro, não; é uma ponta da Cidade que
historicamente costumamos chamar de centro. Lembro-me de um jornal aqui em
Porto Alegre, parece-me que era da RBS, chamava-se Hoje, ou coisa que o valha,
e, na última edição que circulou, tinha uma proposta minha que foi
ridicularizada na ocasião, no discurso: que o transporte do Centro da Cidade
tinha que ser gratuito. Eu imaginava, já na ocasião, um processo de circulação
de veículos públicos aqui no Centro da Cidade que dispensasse o ingresso, no
perímetro central, da quantidade de ônibus que normalmente ingressam no Centro
da Cidade. E o Governo do Partido dos Trabalhadores pensava assim comigo,
porque nós aprovamos uma lei, pela qual - Ver. Dib, V. Exª se lembra disso - a
CARRIS iria realizar esse sistema no Centro da Cidade. Então essa ideia dos
Portais, que hoje estão sendo tão combatidos, já foi exercitada por muita
gente, e é um desespero se enfrentar essa realidade. O Centro de Porto Alegre
não é centro, é um istmo, e para cá converge a maioria das situações. Até nós
fizemos o Centro Administrativo aqui; na ocasião eu falei, e me chamaram de
doido... Quando foram fazer o Centro Administrativo no lugar onde foi feito, eu
disse que não, que deveria ser feito lá no Mato Sampaio, que é o centro, mesmo,
da cidade de Porto Alegre.
Eu acho que o momento é muito oportuno para um
grande debate. Nós temos que, necessariamente, nos preparar para o
enfrentamento dessas situações. Porto Alegre tem sido pequena para esse
raciocínio. Há áreas em Porto Alegre que há muito já deveriam ter sido
alargadas; na Av. Anita Garibaldi, por exemplo, há recuos preparados para isso.
Seriam obras sem maiores dificuldades de desapropriação. É preciso ter
disposição para investir nessa área. É preciso que se criem novas alternativas,
que se comece a pensar na 4ª Perimetral, enfim, em outras coisas. E uma coisa é
importante: há que se desfazer esse gargalo do Centro da Cidade. A gente não
pode - desculpe-me, Dr. Dib; desculpe-me, Ver. Adeli; desculpem-me quantos
tiverem opinião nesse sentido - simplesmente descartar os Portais como uma
coisa impossível, uma coisa que possa ser má em si mesma. Vamos ver se podemos
criar boas condições, até porque eu continuo com a ideia que tive há 20 anos e
que o PT, num determinado momento, sustentou e que, agora, nega.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Verª Fernanda Melchionna, que representa as
Vereadoras da Casa hoje, Srs. Vereadores, o tema que me traz à tribuna diz
respeito à nossa arrecadação de ISS.
Mas antes eu gostaria de fazer um registro
importante, Ver. Adeli Sell. Na pesquisa que fiz há dez anos sobre a Câmara
Municipal, entre outras, alguns dados me chamaram a atenção. O mais importante
é que, em 1884, a Câmara Municipal de Porto Alegre aboliu a escravidão, quatro
anos antes da abolição nacional, uma legislação inconstitucional, mas
importante, porque aboliu, em Porto Alegre, quatro anos antes, em 1888. E há
vários aspectos curiosos e importantes. A nossa Câmara vai fazer 236 anos, e o
Vereador mais jovem que se elegeu em Porto Alegre foi o Dr. Sereno Chaise,
então com 21 anos. E, segundo o meu registro - quero confirmar, quero pedir à
Casa que confirme esse dado -, o Vereador que teve mais idade em exercício de
mandato foi o Ver. Pessoa de Brum, com 78 anos. E, depois de amanhã, nós
teremos o orgulho de ter entre nós o Ver. João Dib, com 80 anos de idade.
(Palmas.) Será um momento especial, pelo número de mandatos de V. Exª e pela
idade, que, aliás, parece 20 anos menos, no exercício do mandato, com toda essa
capacidade que todos nós reconhecemos. Então, esse é o registro inicial,
aguardo a confirmação, Ver. Adeli Sell, sobre isso, pois acho que devemos ter
um momento especial sobre esse tema do Ver. João Dib.
Mas, com relação ao tema que me traz à tribuna, é
uma homenagem ao Secretário Utzig, que foi amigo de V. Exª, Ver. Adeli Sell.
Por que a homenagem? Porque ele foi o único Secretário de Município da Fazenda,
em Porto Alegre - o único! -, que determinou fiscalização, cobrança e conseguiu
a arrecadação, isso em relação às legislações que este Vereador criou em 1994 e
1995, terminando com as isenções que os bancos e empresas financeiras tinham em
relação ao ISS. É um tema de que falo há muito tempo. À exceção do período do
Secretário da Fazenda Utzig - hoje nome de viaduto na 3ª Perimetral, saudosa
memória, porque morreu muito jovem, ele realmente foi muito duro nesse aspecto,
correto, defendeu a Cidade, buscando esses recursos -, os demais Secretários,
antes - e aí pega vários Governos petistas -, depois - pega vários Governos
petistas - e continuando depois - pega o Governo Fogaça duas vezes -, não
fizeram a fiscalização e a cobrança do ISS dos bancos e das entidades
financeiras que não têm, desde 1994, essa isenção. Porto Alegre é uma das
únicas três Capitais do País onde não há mais essa isenção; Curitiba e Belo
Horizonte são as outras Capitais. E o Secretário Utzig fiscalizou, cobrou e
arrecadou. Antes dele e depois dele, não houve nenhuma das três ações de
Governo. Por isso faço aqui um protesto indignado com relação a isso.
Eu sei, Ver. João Dib, dos números que V. Exª me
trouxe; são números corretos. O que não há nesses números, que são corretos, é
a demonstração - que agora confirmo - de que não há efetivamente fiscalização,
portanto a cobrança, portanto a arrecadação daquilo que deveriam pagar os
bancos e as entidades financeiras de ISS - Imposto Sobre Serviços em Porto
Alegre. Nós temos já valores imensos devidos.
E mais: a cada cinco anos, Verª Fernanda
Melchionna, Ver. Luiz Braz, Ver. Toni Proença, Ver. Comassetto, Ver. João Dib,
prescreve a dívida; se não há ajuizamento de ações da dívida ativa, prescreve a
dívida. A cada cinco anos, o Bradesco, o Itaú, o Unibanco, o Banrisul estão sendo
beneficiados pela falta de ação da Secretaria da Fazenda do Município em cobrar
um dinheiro que é nosso, que é do Município de Porto Alegre, que é para creche,
que é para albergue, que é para semáforo, que é para tudo que Porto Alegre
precisa. Esse dinheiro está lá nos bancos que têm os maiores lucros da história
do Brasil; e são, lamentavelmente, referência mundial em lucros os bancos
brasileiros, não pagam o imposto que o vendedor de frutas da esquina paga e que
eu, como advogado, sempre paguei e pago; os megabancos, as superentidades
financeiras não pagam, como deveriam, esse tributo.
Portanto, fica aqui esse registro de elogio ao
saudoso Utzig e de protesto com relação aos Secretários da Fazenda anteriores e
posteriores a S. Exª Utzig, porque, na verdade, prestam um desserviço à cidade
de Porto Alegre, como neste momento está ocorrendo, sem haver fiscalização,
cobrança e arrecadação do ISS nos bancos da Capital dos gaúchos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu quero
aproveitar, neste momento, a presença da nossa diligente Diretora da Escola do
Legislativo Julieta Battistioli para dizer que nós tivemos um sucesso muito
grande graças ao seu trabalho e o de sua equipe no Seminário sobre Reforma
Política.
Queremos anunciar às Sras Vereadoras,
aos Srs. Vereadores e à população a respeito do Seminário que faremos sobre a
terceirização no serviço público. Nós temos este cartaz, que eu já vi que
vários Vereadores colocaram no seu gabinete, temos um pequeno fôlder e queremos
que V. Exas nos ajudem a convocar, nós temos já abertura das
inscrições no site da Câmara. Serão três noites. O primeiro painel será
no dia 12 de agosto: “O Mundo do Trabalho - alternativas de trabalho e renda”,
em que teremos a presença do DIEESE e da OCERGS. O segundo painel será no dia
18, com a presença da OCERGS, do Sindasseio, da FEEAC e do Tribunal de Contas.
Nós já temos a confirmação do Dr. Mileski, que diz que faz questão e elogiou o
trabalho da Escola do Legislativo. O último painel será: “Cooperativas de
Trabalho, Terceirização e Precarização. Sim ou não?”, no dia 27, com o
Ministério Público do Trabalho, a OCERGS e a FEEAC.
Nos próximos dias, chamaremos uma reunião com as
chefias de gabinete, porque, como temos apenas duas servidoras na Escola, vamos
precisar do apoio dos gabinetes para que, pelo menos nos dias dos encontros,
alguns servidores dos gabinetes nos auxiliem, como alguns gabinetes nos
auxiliaram nos últimos eventos, Ver. Toni Proença, inclusive com a participação
do seu Gabinete em muitos momentos.
O SR. TONI PROENÇA: Obrigado, Ver.
Adeli Sell. Eu só queria sugerir à Mesa e à Casa: amanhã teremos Reunião da
Comissão Representativa pela manhã, então que essa Reunião seja também em
homenagem aos 80 anos do Ver. João Antonio Dib, que possamos fazer referência a
essa homenagem nos Anais da Casa, porque, como bem disse o Ver. Pedro Ruas,
será o primeiro Vereador, da história de Porto Alegre, a completar 80 anos no
exercício do mandato.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Agradecemos
aqui o trabalho da Escola do Legislativo, cumprimentando a nossa Diretora
Giovana Rigo.
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho à tribuna com o
intuito de manifestar a minha preocupação com as questões relacionadas à Saúde
do Município de Porto Alegre. Chego mais tarde hoje, porque, há pouco tempo,
conseguimos transferir uma menina lá da Restinga que necessitava de um
respirador para um hospital que tem condições de atendê-la. Isso não é uma
peculiaridade do pronto atendimento da Restinga, dos postos da Restinga, do
Extremo Sul; é uma questão que está acontecendo em toda a Cidade e em todo o
Estado. Na segunda-feira, visitávamos o pronto atendimento da Vila Cruzeiro, e
lá, na sala de espera, tínhamos mais de duzentas pessoas. Tínhamos pessoas
chegando às 10 horas da noite para consultar no outro dia às 10 horas da manhã.
Realmente há uma agudização do problema, e é importante e fundamental que as
autoridades sanitárias do Município de Porto Alegre, que as autoridades
sanitárias do Estado do Rio do Grande do Sul, que as autoridades sanitárias do
País não minimizem o problema.
Nós já temos 22 casos de óbito no Estado em
decorrência da gripe H1N1. É um vírus com que se tem que ter o devido cuidado.
Os cuidados são aqueles da transmissão geral dos vírus, mas não se deve dizer
que a letalidade desse vírus é menor do que a do vírus da gripe. Não é,
principalmente porque também acomete indivíduos sadios e hígidos. Então não
minimizemos o problema! Não é para causar alarde, mas não é também para
minimizar a situação.
E eu faço um apelo aqui. Nós só combateremos esse
quadro se o sistema de saúde de Porto Alegre, sem demérito nenhum aos outros
profissionais, proporcionar consultas médicas disponíveis. Para isso precisamos
- agora é urgente - avançar no Plano de Carreira dos médicos. É este o apelo
que eu faço: não minimizem os problemas. A população que nos assiste pela
TVCâmara e que nos ouvem pela rádio que tome os cuidados. Se alguém está com as
defesas diminuídas que realmente se preserve, que consulte o médico para saber
se precisa ou não fazer o teste para ver se não está com a Gripe H1N1, e
principalmente, ao sair de casa, procure evitar ambientes que tenham outras
pessoas doentes e principalmente ambientes com muitas pessoas, para que não
haja a propagação que vimos em outros locais do planeta. A partir dos momentos
de crise, seja na Saúde, seja na Economia, é que a gente avança para melhorar o
sistema. Agora nós nos encontramos numa situação de crise. É importante que
possamos avançar para resolver o problema, e esse avanço passa pela valorização
do trabalho médico, o que não tem havido nas três esferas governamentais.
Muito obrigado; fico à disposição. O nosso Gabinete
fica à disposição da comunidade para orientações também sobre a gripe e de
todos os colegas. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado,
Vereador.
Estão encerrados os trabalhos da Reunião da Comissão Representativa do dia de hoje. Convocamos os Srs. Vereadores para a Reunião da Comissão Representativa de amanhã, à hora regimental, quando faremos também uma homenagem ao nosso Ver. João Antonio Dib, que estará de aniversário no próximo dia 24.
(Encerra-se a Reunião às 11h44min.)
* * * * *